
Partidas
A par do trânsito regular de passageiros, o volume maior de partidas tinha como objetivo a emigração, a colonização dos territórios africanos e o envio de contingentes militares para África, que, com o deflagrar da guerra, vão aumentar extraordinariamente na década de 1960.
Deste local partiram milhares de emigrantes para o outro lado do Atlântico, numa emigração retomada depois da Segunda Guerra Mundial e que foi sempre crescendo durante a ditadura, embora fosse maior para a Europa do que para as Américas.
A partir de 21 de abril de 1961, o cais da Rocha do Conde de Óbidos foi sobretudo o lugar de partida de centenas de milhares de homens que foram combater uma guerra contra os movimentos de libertação dos territórios colonizados por Portugal.
Depois da segunda grande guerra, a colonização dos territórios africanos foi estimulada, e as famílias que partiam com a perspetiva de trabalho e melhores condições de vida nas então colónias passavam pelas Gares Marítimas, sobretudo a da Rocha do Conde de Óbidos.
A partir de 21 de abril de 1961, o cais da Rocha do Conde de Óbidos foi sobretudo o lugar de partida de centenas de milhares de homens que foram combater uma guerra contra os movimentos de libertação dos territórios colonizados por Portugal, num esforço que durou mais de 13 anos com pesados custos humanos, físicos e psicológicos. E também custos financeiros, com uma enorme fatia orçamental gasta na tentativa por parte do Estado Novo de manter o colonialismo português quando os processos de descolonização de África estavam já finalizados face a outros países europeus.
Entrevistas aos historiadores Cláudia Castelo, Miguel Cardina e Yvette Santos. Entrevistas por Mariana Pinto dos Santos, imagem e montagem de Tiago Figueiredo, 2025.