
Gare Marítima de Alcântara
Almada dividiu-as entre a mitologia nacional — mas da tradição popular — e o retrato mais realista de uma Lisboa ribeirinha. Cada um dos dois trípticos e dos dois painéis isolados é acompanhado por uma descrição que lhe serve de título.
Numa das paredes, o painel isolado intitula-se Ó terra onde eu nasci e os três painéis do tríptico têm por tema a cidade de Lisboa, com o título Quem não viu Lisboa não viu coisa boa, no qual se mostra, entre outros elementos, o árduo trabalho das mulheres carvoeiras.
Na outra parede, três painéis constituem um tríptico com o título Lá vem a Nau Catrineta que traz muito que contar, que vem do poema popular Nau Catrineta, recolhido e publicado por Almeida Garrett no século XIX. Relata eventos de uma tripulação de navio quinhentista, embora Almada atualize a representação das personagens, aproximando-as das pessoas suas contemporâneas, da década de 1940. O título do painel isolado é dedicado à lenda de D. Fuas Roupinho, embora metade da composição seja ocupada por mulheres e homens pescadores, em trabalho ou em descanso.